Fogão contribui para a qualidade de vida dos moradores das proximidaddes do rio Amazonas
Sol-ão, um dos projetos vencedores do Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio, em 2007, será utilizado por comunitários de Santa Luzia e São José, em Juruti-PA. À beira do rio Amazonas, o município de Juruti, no Oeste do Pará, onde a Alcoa instala uma unidade de mineração de bauxita, foi selecionado para abrigar, experimentalmente, dois fogões movidos basicamente a energia solar e óleo de cozinha. Instalados nas comunidades de Santa Luzia e São José, os fogões funcionam de maneira simples.
O equipamento é constituído por um sistema tubular de alumínio e cobre, contendo óleo de cozinha em temperatura normal. Ao receber a energia solar, o painel tubular é aquecido, transmitindo automaticamente calor para o óleo. Uma das propriedades do alumínio é que o metal tem grande facilidade de transmitir calor, o que foi determinante para a escolha deste material no desenvolvimento do fogão. O óleo passa a circular na tempere (parte coberta por uma chapa metálica), distribuindo o calor e facilitando o aquecimento dos alimentos.
O projeto é coordenado pelo Instituto de Cidadania Empresarial-ICE, entidade cuja missão é contribuir para a melhoria da qualidade de vida de comunidades. “Como esse fogão não necessita de lenha, energia elétrica ou gás para cozinhar os alimentos, optamos pela instalação nessas comunidades”, conta Fernanda Bombardi, coordenadora do ICE.
Segundo Suzana Sheffield, vice-presidente do Instituto Alcoa, a instalação desses equipamentos proporcionará melhoria na alimentação dos comunitários. “Com o acesso a esses fogões, eles poderão cozinhar alimentos mais saudáveis, mesmo utilizando a base do que já é hábito de consumo regional, a farinha de mandioca, com o aprimoramento do seu uso na criação de sopas com legumes e peixe”, afirma.
Para que os comunitários utilizem o fogão de maneira correta e sustentável, a Alcoa oferecerá capacitações específicas. “Eles serão treinados pela Companhia para que utilizem, de forma sustentável, suas hortas. Pretendemos ensinar técnicas de plantio e possível venda dos excedentes”, conta a executiva. “Além disso, haverá outra capacitação por meio de uma cozinha experimental para que essas pessoas aprendam receitas de pratos alternativos que utilizem os vegetais colhidos nessas hortas”, acrescenta.
Esse fogão alternativo, de fácil construção e baixo custo, possui amplas possibilidades de aplicação. Para Paulo Henrique de Faria, um dos idealizadores do Sol-ão – fogão alternativo, a idéia desse projeto é garantir a sustentabilidade ambiental por meio do conceito de reaproveitamento, no caso o alumínio e óleo. “O fogão funciona a partir do princípio da transmissão de calor. A partir da utilização de materiais como óleo de cozinha e alumínio – que tem, entre suas propriedades, facilidade no armazenamento e na transmissão de calor – foi possível desenvolver um equipamento que tem um custo acessível tanto em sua implementação como manutenção”, explica.
“É um privilégio para a nossa comunidade receber esse fogão. É um sonho realizado, e ajudará muita gente por aqui”, revela Marcelino Souza dos Reis, morador da comunidade de São José.
A ideia desses equipamentos surgiu em 2007, quando quatro estudantes do Centro Universitário de Itajubá-MG decidiram participar da sexta edição do Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio, um concurso científico e cultural que tem como objetivo incentivar e difundir as ideias dos estudantes e profissionais brasileiros no setor.
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